A Metodologia BIM: inovações no processo de projeto

Um breve histórico do BIM

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Para entender o início desse processo vamos voltar aos anos 50. Com o advento da computação gráfica e a popularização da informática, diversos aplicativos para a área da construção civil e desenho industrial foram criados, os chamados softwares CAD – Computer Aided Design, que representam a evolução na representação gráfica do projeto. O AutoCAD foi lançado pela Autodesk na década de 80 e aos poucos foi ganhando espaço nos escritórios de arquitetura e engenharia em todo o mundo.

 

No Brasil, a partir da década de 90, o uso do CAD se tornou mais intenso e as antigas pranchetas foram substituídas pelos computadores. Assim, tudo que era desenhado a nanquim sobre papel vegetal passou a ser feito no computador, com as vantagens da maior precisão, criar cópias e editar desenhos facilmente, enviar pela Internet e plotar, criar layers com propriedades e penas de impressão.

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Com a evolução dos sistemas de representação do edifício e do próprio processo de projeto, chegamos ao conceito do BIM (Building Information Modeling), desenvolvido desde fins da década de 80. O BIM agregou a informação à geometria modelada em três dimensões, de forma a reunir no modelo os dados necessários à sua construção, seja a especificação de algum material, como o tipo de concreto da estrutura, sua armadura, tipo de fundação, até os materiais de acabamento, como cerâmica, granito ou pintura. Todos esses dados podem ser anexados à geometria e assim o modelo vai reunir também toda uma gama de informações não-geométricas, o que pode ser entendido como uma “construção virtual”.

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Além disso, a metodologia BIM proporciona o trabalho colaborativo entre arquitetos, engenheiros e técnicos em um único modelo federado, tornando a compatibilização e o desenvolvimento do projeto mais eficiente. Você pode fazer uma modificação no modelo de arquitetura e o engenheiro de estrutura visualiza essa alteração e pode, assim, atualizar o próprio modelo. Assim como o dimensionamento da seção dos pilares pode ser determinado pelo engenheiro e o arquiteto visualiza a alteração e compatibiliza o seu modelo. 

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O BIM já é uma realidade em países como EUA, Inglaterra e Coreia do Sul. Também no Brasil temos cases de uso dessa metodologia em várias empresas e tipologias de edifícios, públicos e privados. Seus benefícios são tão impactantes que em 2018 o Governo Federal decretou a Estratégia BIMBR que determinou o uso obrigatório do BIM em obras públicas, seguindo o exemplo dos outros países.

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​Podemos traçar uma escada evolutiva da representação de projeto, mas o degrau do BIM é maior do que o degrau do CAD, pois o esforço para a sua aplicação deve ser também maior e ele representa o estado da arte no processo de projeto. É importante entender que o BIM não é um software. Alguns dizem que é um processo, outros que é um método ou plataforma, mas o BIM é tudo isso. O Revit sozinho não vai fazer BIM, mas ele é um dos softwares que podem ser utilizados na metodologia BIM. O BIM deve ser feito através da coordenação e compatibilização do modelo federado em trabalho colaborativo entre os diversos profissionais, seus dados serão extraídos de vários softwares, cada um na sua especialidade, e o produto final é o equivalente virtual de uma construção real.

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Ciclo de vida do BIM e benefícios​​

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​A metodologia BIM vai permear toda a cadeia da construção, desde a fase inicial de programação, o briefing, o estudo preliminar, o anteprojeto com a compatibilização entre disciplinas, as diversas análises, o projeto executivo com documentação que vai para a obra, a fabricação dos elementos da obra, as simulações 4D e 5D, a coordenação do canteiro de obra, e também, na fase da pós-construção, com a operação e manutenção fazendo uso do modelo BIM, até a demolição,  ou renovação do edifício. 

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Por fim, podemos destacar em resumo os seguintes benefícios principais da adoção da metodologia BIM pelos profissionais:

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1. Examinar os modelos tridimensionais de qualquer ponto de vista

2. Aumentar a precisão (especificação, quantidades, orçamento)

3. Parametrizar os modelos

4. Compatibilizar e corrigir interferências

5. Quantificar e estimar custos para a construção

6. Testar e analisar o edifício (energética, acústica, estrutural)

7. Simular a construção e analisar os custos por fase

8. Desenvolver a interoperabilidade - colaborar  entre diferentes softwares

9. Extrair documentação vinculada ao modelo

10. Melhorar fluxo de obra, diminuir prazos, custos e desperdícios

11. Aumentar a transparência: consistência e controle de informações e processos

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​Conclusão

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Este artigo apresentou o conceito e um breve histórico do BIM, suas vantagens e desafios aos profissionais envolvidos na cadeia da construção civil. A metodologia BIM apresenta desafios concretos para poder avançar e obter resultados efetivos desse processo, refletido em produtividade e metas alcançadas a longo prazo. É necessário que os profissionais estejam abertos a novas ideias, investir recursos, fazer treinamentos em softwares, cursos de especialização, trabalhar em colaboração para alcançar um estágio de desenvolvimento de experiências concretas, fundamental ao seu posicionamento num mercado cada vez mais competitivo.

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Caso você esteja interessado no assunto, entre em contato comigo no email bruno.r.fer@gmail.com ou nas redes sociais.

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Referências

• ​Nova Estratégia BIMBR

• https://plataformabimbr.abdi.com.br/guias-normas

• https://bimforum.org.br/

• https://www.archdaily.com.br/br/914019/conselhos-basicos-para-comecar-a-utilizar-o-bim